Seguidores

OBRIGADO POR VISITAR NOSSO BLOG, FIQUE ATUALIZADO COM NOTÍCIAS DO UNIVERSO DOS CATADORES>

sábado, 7 de julho de 2012

Quando a arte e o lixo se misturam


O artista Thiago Mundano, grafiteiro paulista, para fazer a sua arte nos viadutos da cidade de São Paulo precisava pedir permissão não para a prefeitura, mas para os catadores de lixo reciclável que fazem dos muitos viadutos espalhados pela cidade a sua morada.
Com isso Mundano, além de decorar os viadutos passou a pintar as carroças dos catadores de papel fazendo a sua arte ganhar movimento.

Depois de pintar mais de 159 carroças pelo mundo afora, o grafiteiro resolveu fazer um chamado coletivo e criou o Pimp My Carroça, uma alusão ao programa Pimp My Ride da MTV.
O Pimp My Carroça trata-se de uma ação social, que irá começar em São Paulo no dia 3 de junho e, posteriormente, em outras cidades. Em cada cidade 50 carroças passarão por uma reforma e receberão uma pintura especial feita por artistas renomados.
Além disso, todas as carroças ganharão equipamentos de segurança, como retrovisor e cordas para amarrar o material.

Enquanto, os artistas dão um trato nas carroças os catadores passarão por exames médicos, receberão luvas para trabalho e camiseta do projeto e ganharão um lanche especial.
Para viabilizar o projeto Mundano associou-se ao site Catarse e recebeu doações de 790 usuários, totalizando R$ 56.930,00. Todo o dinheiro será usado para a execução do projeto. As doações em dinheiro já se encerraram, mas você ainda pode ajudar doando material como spray, retrovisores, cordas, tecido e etc.
Mundano pretende ainda conseguir atendimento gratuito para os cães que acompanham os catadores pelas ruas da cidade.

 Além de dar vida nova às carroças e melhorar a imagem desses trabalhadores, o projeto Pimp My Carroça pretende tornar os catadores de lixo reciclável visíveis para a sociedade e conscientizar da importância do trabalho deles para o meio ambiente recolhendo toneladas de lixo das ruas.
Fonte: Jornal Estado de Minas

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Internet reúne dados sobre reciclagem e ajuda gestão de cooperativas de catadores

Trabalhadores contribuíram com informações e experiências para construção do sistema, que utiliza softwares livres

 De acordo com projeção do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), se todo o potencial de reciclagem do Brasil fosse explorado, haveria um ganho em torno de R$ 8 bilhões por ano. Parte desse trabalho, que ainda é de formiguinha, é feita pelos catadores, reunidos ou não em cooperativas nos grandes centros.

O coordenador do Movimento Nacional dos Catadores de material Reciclável (MNCR) em Minas, Luiz Henrique da Silva, diz que, embora o reconhecimento da sociedade em relação a esses trabalhadores tenha avançado muito, ainda faltam informações para quantificar a economia que eles significam para os cofres públicos.

Para organizar informações tão preciosas, foi criado o projeto Reciclar em Rede, que desenvolve uma ferramenta de acesso às informações fornecidas pelas associações e cooperativas de coleta de resíduos sólidos mineiros, um portal de referência para a reciclagem. O Web Map - Reciclar em rede teve início em 2010 e reuniu a organização não governamental Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea), a TI-Geo Geotecnologias e Consultoria Ambiental e o MNCR.

Foi realizado um diagnóstico envolvendo 1.200 catadores de 108 municípios e 110 associações e cooperativas. Segundo Luiz Henrique, que integra a Asmare desde 1991 e foi um dos fundadores do movimento nacional, em 2001, o objetivo é dar visibilidade de forma organizada e permitir a utilização em várias cooperativas e instituições que reúnem os catadores.

O objetivo é implantar a tecnologia de rede, desenvolvida no contato com as associações e cooperativas, e oferecer uma ferramenta computacional de monitoramento e gestão das informações. Um mapa interativo do Estado de Minas Gerais será alimentado com informações geradas no cotidiano de trabalho das instituições.

O portal vai aumentar também a capacidade de comunicação entre os catadores, fomentando a criação de consórcios e grupos de gestão coletiva. Outras ferramentas serão desenvolvidas na segunda etapa, que consiste na apropriação da ferramenta pelas cooperativas e associações de coleta de resíduos sólidos. A cada ferramenta implementada, as redes sociais serão utilizadas para que todos os envolvidos possam contribuir.

Luciano Marcos Silva, diretor presidente do Insea, lembra que a reciclagem gera a economia de bilhões de litros de água utilizada na indústria, reduz a extração de matéria-prima e de energia, além de contribuir para o equilíbrio ambiental das cidades e a preservação dos mananciais. “Neste sentido, o banco de dados busca sistematizar a contribuição fundamental desses atores sociais e trabalhadores, valorizando suas iniciativas e contribuindo para superação dos problemas que vivenciam no seu processo organizativo”, explica.

Criado em 2001, o Insea desenvolve também ações de geração de trabalho e renda, oferecendo cursos e apoio aos catadores e associações. O projeto, que está na fase de teste e utiliza softwares livres nacionais, contou com o apoio da Fundação Banco do Brasil através do Projeto Cataforte e das prefeituras municipais que realizam trabalho com catadores. Na segunda etapa, qualquer cidadão poderá acessar os dados da reciclagem em Minas Gerais.

Impacto
De todo o lixo produzido no Brasil, cerca de 40% são compostos por material orgânico e o restante, cerca de 60%, por produtos cujos componentes têm potencial para serem reciclados ou reutilizados. Em algumas situações, a reciclagem atinge percentuais elevados, como no caso das latas de alumínio (98%) e das garrafas PET (57,1%). Do total de lixo não-orgânico, de 25% a 30% são reciclados.

Em Belo Horizonte, dez organizações de catadores, que reúnem 535 trabalhadores, retiram das ruas 1.200 toneladas de material/mês (números de abril). O número corresponde ao total comercializado, ou seja, o que realmente foi reaproveitado. Cerca de 40% do que é retirado das ruas não pode ser reciclado e é enviado ao aterro, segundo Luiz Henrique.

Esse número corresponde a apenas 1% do total recolhido por mês pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) na capital, que inclui o entulho e o lixo orgânico. “O projeto pode ajudar a promover um reconhecimento de que esses trabalhadores devem receber uma remuneração pelas prefeituras. O poder público tem uma tendência de colocar as cooperativas para se relacionarem com o setor de assistência social, mas não queremos assistencialismo”, define o diretor do MNCR.

 Ele explica que, há alguns anos, não havia a jurisprudência para viabilizar o pagamento por esse serviço, uma vez que todas as contratações teriam que ser feitas por meio de licitação. “As leis 11.445, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; e a lei 12.305, que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, permitem a prestação de serviços de coleta seletiva por meio de consórcios. Hoje, temos alguns convênios, mas que não nos dão garantia de continuidade”, relata Luiz Henrique.

O MNCR defende que sejam firmados contratos, para permitir estabilidade mesmo com as trocas de governo. A assessoria da prefeitura de Belo Horizonte informou, no entanto, que ainda não foram realizadas conversas no sentido de alterar


 http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/rio-mais-20/noticias/2012/07/02/noticias_internas_rio_mais_20,303706/internet-reune-dados-sobre-reciclagem-e-ajuda-gestao-de-cooperativas-de-catadores.shtml