Com o objetivo de preservar o meio ambiente, combater a dengue e reduzir a quantidade de lixo coletado, a Prefeitura do Natal, por meio da Companhia de Serviços Urbanos (Urbana) realiza serviços de coleta seletiva na capital. A iniciativa - que também é parte do novo plano de coleta domiciliar de Natal assinado na última segunda-feira - vem sendo realizada desde abril de 2011 com base nas Políticas Nacionais de Saneamento Básico e de Resíduos Sólidos, que estabelecem a contratação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis para a coleta remunerada destes resíduos.

Materiais de plástico, papel, metal e vidro que antes poderiam fazer parte do lixo comum podem se transformar em novos objetos e ganhar novas utilidades com a reciclagem. "Campanhas educativas voltadas para a separação do lixo podem ser efetivamente fortalecidas, pois a população tem para onde levar esses resíduos separados de acordo com o material", explicou o gerente de Meio Ambiente da Urbana, Heverthon Rocha.
Para a execução dos trabalhos, duas cooperativas atuam em parceria com a Prefeitura: a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e Desenvolvimento Sustentável do RN (Coocamar) e a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Cidade de Natal (Coopcicla). Atualmente, ambas atendem seis regiões cada, além dos três ecopontos de coleta em Parque dos Coqueiros, Cidade Alta e Ponta Negra, onde a população pode entregar os resíduos separados em casa.
A reciclagem envolve diretamente 192 famílias com 490 catadores familiares e agregados. Atualmente, 12 condomínios parceiros praticam a coleta seletiva, isso sem falar nos trabalhadores não cooperados e pessoas avulsas que separam por conta própria os materiais que podem ser reaproveitados.
A redução de lixo doméstico representa redução de gastos para o sistema de coleta, a partir do momento em que os caminhões reduzem a quantidade de viagens, já que uma menor quantidade de lixo está sendo gerada. Outro benefício é a redução da quantidade de lixo recebida na Estação de Transbordo de Cidade Nova, pois material orgânico se decompõe com uma maior rapidez e produz um volume menor (diferentemente de alguns materiais recicláveis, como plástico e vidro), contribuindo para o controle do funcionamento da Estação.
Valorização
Para o presidente da Coocamar, Severino Júnior, a parceria é antes de tudo o reconhecimento do trabalho do catador. O serviço prestado pelas cooperativas agora pode ser visto como um meio mais seguro de geração de renda. No dia a dia, as cooperativas se propõem a buscar qualidade dos serviços prestados, divulgar os conceitos de reciclagem na cidade e oferecer boas condições de trabalho aos agentes.
"Cada catador recebe uma cesta básica de alimentos por mês, o que já é uma grande conquista. O próximo passo será cadastrá-los para o pagamento de INSS, proporcionando mais um benefício à categoria", planeja Severino Junior.
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